segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Coma menos praticando exercícios físicos




Se bem acompanhados e com uma rotina adequada, os exercícios físicos
são grandes aliados da saúde. 
Para demonstrar esse fato cada vez mais incontestável, uma pesquisa da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, lista mais
um benefício: além de ajudar a queimar as calorias, os exercícios físicos 
também aumentam a sensibilidade dos neurônios envolvidos no controle
da saciedade, o que contribui para a redução do consumo alimentar e, 
consequentemente, para a perda de peso.

O estudo, publicado no periódico PLoS Biology, é mais um fator para
que pessoas com problema com o próprio peso, ou que estejam 
desenvolvendo obesidade, se engajem em uma rotina fixa de 
exercícios.

Segundo os pesquisadores, liderados por José Barreto Carvalheira, a 
obesidade é um fenômeno epidemiológico preocupante. Mudanças nos 
hábitos alimentares e um estilo de vida sedentário são pontos cruciais
para o desenvolvimento dessa condição. Como se sabe, o consumo
excessivo de gordura e comidas altamente calóricas (como aquelas com
muito açúcar) pode modificar a sensibilidade do cérebro – especialmente
na região chamada de hipotálamo – para o controle da saciedade.

Essa “falha de comunicação” leva ao consumo quase incontrolável de

alimentos e, como consequência da ingestão calórica excessiva, somada
ao fato de não se gastar toda essa energia, há aumento do peso, o que
pode levar à obesidade.

O estudo de Carvalheira – financiado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) – demonstrou que a prática
de exercícios em modelos animais que haviam desenvolvido obesidade
restaurou a sensibilidade à saciedade nos neurônios do hipotálamo. Esses
animais passaram a consumir menos comida e, paralelamente, começaram
a perder peso.

“Nos animais obesos, os exercícios aumentaram os níveis de proteínas

produzidas no hipotálamo (as chamadas IL-6 e IL-10). Essas moléculas são
cruciais para o aumento da sensibilidade dos neurônios a hormônios como a
insulina e a leptina, que controlam o apetite”, explica Carvalheira.

Assim, além do gasto calórico produzido pelas rotinas de exercício, a
diminuição da fome se deu pelo melhor funcionamento do cérebro, que
passou a modular melhor os sinais de saciedade recebidos do estômago.

Até então a atividade física era vista como um complemento ao tratamento
da obesidade.
Agora, ao entender melhor como esse tipo de atividade propicia benefícios
diretos para a condição, o paradigma anterior pode ser reconsiderado pelos 
profissionais de saúde, que atendem os indivíduos que estão se recuperando
da obesidade.

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